EXPOSIÇÃO aLER+
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Zen é um gato maravilhoso. À imagem do que aconteceu relativamente ao livro Mira-Lata, escrito ilustrado e vendido para apoiar a causa dos cães abandonados, o livro Zen. História de Minhas Vidas, também da autoria de Gil Duarte e de Ana Cristina Marques, teve lançamento na escola, no dia 5 de junho, para colaborar com a Causa dos gatos.
Comemora-se o bicentenário de Charles Dickens; a este propósito, e porque o autor tem estado a ser utilizado como referência na disciplina de História, enquanto transmissor de uma visão da Inglaterra do século XIX, a professora Adélia Simas convidou o 8º B para ir à Biblioteca, no dia 31 de Maio, para abordar a parte menos conhecida da obra de Dickens - o humor, nomeadamente através dos extraordinários "Cadernos de Mr.Pickwick" onde a professora de História da turma, o professor de filosofia José António Pacheco, a professora de português, Paula Fonseca, e a professora Adelaide Pereira, se uniram num contagiante diálogo com a turma acerca de humor e o que faz rir intemporalmente, Dickens, Londres, descrições, História e histórias, personagens hilariantes e textos que perduram.
A exposição Viagens resulta do trabalho de reciclagem/reutilização de plástico, da disciplina de Materiais e Tecnologias, pelo 12ºF.
Adotando Viagem como tema, os alunos seleccionaram fragmentos do poema
Uma Viagem à Índia, de Gonçalo M.Tavares e de Os Lusíadas, de Camões, para a criação
de objectos duplamente plásticos, em diálogo com textos da sua preferência.
Na vitrine, o trabalho cerâmico, que resulta de um percurso inverso: a criação das placas precedeu a escolha de poemas alusivos.
QUEIROSIANAS
No dia 11 de Maio, as turmas A e E do 11º ano, acompanhadas pelas respetivas professoras de Português, Catarina Espada e Conceição Pereira, promoveram na Biblioteca uma experiência inédita e bem interessante.
Tendo optado pelo estudo de romances diferentes de Eça de Queirós, uma turma Os Maias e outra A Cidade e as Serras, pensaram que valeria a pena a troca de informação e experiências de leitura do grande realista português.
As personagens e as histórias, os ambientes, as particularidades do estilo queirosiano foram alguns dos aspetos contemplados pelos alunos. Das apresentações, é obrigatório destacar o à-vontade, o entusiasmo, e, sobretudo, a intimidade com os textos. As imagens de um grafismo cuidado, sem excesso de informação, as solicitações à participação dos assistentes contribuíram também para o interesse da sessão.
ANTOLOGIAS XL
No âmbito do contrato de leitura da disciplina de Português, e para finalizar o ano com chave de ouro, a professora Catarina Espada desafiou os alunos do 10ºD e 10ºF a mergulharem no mundo da poesia: em formato de livro gigante, os alunos deram a conhecer textos de poetas do século xx (de Portugal e dos países de língua portuguesa) e também as suas próprias composições, pois também eles foram poetas por um dia. Em todos os livros foram trabalhados os componentes textuais e paratextuais, estando alguns deles também enriquecidos com imagens alusivas aos poemas e com dados biobibliográficos dos poetas. Os resultados foram muito positivos e as apresentações orais, que combinaram a leitura expressiva com o comentário crítico, decorreram no local mais propício à declamação de poesia, a Biblioteca Escolar.
Entre o Dia Mundial do Livro e o Dia da Liberdade, e recordando como livros e escritores foram alvos preferenciais da repressão que o 25 de Abril veio terminar, realizou-se na Biblioteca a apresentação de Até ao Fim, a última operação. O autor é António Vasconcelos Raposo, vários anos professor de Educação Física na Escola e com outros títulos publicados, mas todos na área do Desporto. Desta vez, as memórias da Guerra Colonial impuseram-se como razão para a escrita, contando o livro uma particular missão, que só quase no final se descobre ser a última, marcada pela confusa e incompleta notícia, chegada ao mato, algures em Angola, de uma revolução que estaria a acontecer em Lisboa.
A apresentação esteve a cargo de José António Pacheco, que brilhantemente conduziu a assistência pelos temas que o livro aborda, sem nunca perturbar o ritmo narrativo: memória e ficção, ou veracidade e invenção, transfiguração, a natureza do herói, os códigos definidores das relações entre as personagens, o modo como questões éticas se colocam e resolvem, numa situação tão extrema.
Foi depois a voz do autor, desfiando memórias, muitas memórias. De quando foi seleccionado para fuzileiro especial, de Angola, do conforto de ter tido a companhia da mulher (para quem o olhar fugia, terno e cúmplice), dos camaradas, de como estava na guerra “com os olhos na paz”, da alegria, quando souberam que tudo aquilo estava prestes a acabar.
Raramente o silêncio é tão dominante quando várias turmas se juntam na Biblioteca, como o que se impôs neste encontro, a que alguns professores e os alunos do 9º A, do 10ºC e do 12º B tiveram oportunidade de assistir.
CONVERSAS COM LIVROS
Enquanto no auditório as atenções se concentravam em Dickens e na perenidade da sua obra, do outro lado do corredor a Biblioteca encheu-se com 3 turmas do secundário, o 10º B, o 11º C e o 11º D, para escutar o que alguns alunos tinham para contar, a respeito de algumas suas leituras recentes e apreciadas. O Tomás Reis, o Pedro Rodrigues e o André Alves, finalistas da 1ª eliminatória do Concurso Nacional de Leitura, que na nossa escola focou A ARTE DE MORRER LONGE, de Mário de Carvalho (escritor que nos ofereceu uma magnífica sessão, logo no início do ano letivo) partilharam a apresentação deste cronovelema, como o autor o classificou, bem como dos dois títulos que leram (com agrado, sublinhe-se) para participar na eliminatória distrital do mesmo concurso: A CIDADE DE ULISSES, de Teolinda Gersão, e FLUSH, UMA BIOGRAFIA, de Virginia Wolf. A Ana Simão, por seu lado, recordou a ANNA KARENINE, de Lev Tolstoi, aproveitando a oportunidade para completar a reflexão – excelente! - que já tinha feito no âmbito do Contrato de Leitura, e na qual achou que tinha ficado muito por dizer. Finalmente o João Leão trouxe-nos outra obra-prima, A METAMORFOSE, de Franz Kafka, numa exposição com a combinação perfeita de clareza e profundidade.
NO TEMPO DE... CHARLES DICKENS
A propósito do estudo do período da Revolução Industrial, a turma 8ºF teve oportunidade de conhecer melhor Charles Dickens, um dos maiores romancistas europeus do século XIX, cujo centenário do nascimento este ano se comemora.
Após terem assistido, numa aula de História, a uma das diversas adaptações ao cinema de Oliver Twist, os alunos assinalaram o Dia Mundial do Livro aprofundando o contacto com a vida e obra do escritor. Acompanhados pelas professoras Adélia Simas, Adelaide Pereira e Paula Fonseca, começaram por uma pequena pesquisa na Biblioteca e passaram em seguida ao auditório, onde assistiram à apresentação, feita por uma colega do 12º B, de uma narrativa que tem como elemento nuclear o famoso GRANDES ESPERANÇAS.
A Ana Margarida mostrou que a obra de Dickens é intemporal e que os seus livros e personagens continuam a servir de inspiração tanto a cineastas como a outros escritores. De uma forma clara e, sobretudo, emotiva comentou o premiado MR. PIP (clicar para ver), do neozelandês Lloyd Jones, apresentação complementada com a leitura de alguns excertos do livro, bem como com a projecção de algumas das primeiras ilustrações do clássico que o inspirou.
Com muita atenção e curiosidade, os alunos assistiram à exposição da colega.
O nosso agradecimento por esta estimulante viagem, que nos deixou com vontade de… Ler.
Inspirados na obra PEQUENO-ALMOÇO COM SÓCRATES, de Robert Rowland Smith, que em cada capítulo se vai dedicando a exercícios de «filosofia do trivial» e do «quotidiano», os alunos do 11º C e do 11º F reuniram-se na Biblioteca, no dia 23 de Abril ( Dia Mundial do Livro), para um inesperado pequeno-almoço, logo pelas 8h.30. O pequeno-almoço foi real e palpável: chá, tostas, compota, bolachas de chocolate; ao contrário do que se julgaria, a partilha de alimento, na tradição filosófica e religiosa [recorde-se O BANQUETE, de Platão, ou a Última Ceia, de Jesus Cristo], mais do que um factor de distracção, é uma forma de proximidade e comunhão, pelo que, por uma vez sem cadernos nem canetas, os alunos iniciaram uma conversa inteligentemente guiada pela Joana Freire e pela Madalena Frischknecht, que tinham preparado o capítulo sobre o "Acordar", relacionado com Descartes. Foi, pois, um Pequeno-Almoço com Descartes, pretexto para uma introdução ao pensar deste filósofo, entre a dúvida metódica e a busca de uma evidência que pudesse resistir a todas as dúvidas, marcado pela boa-disposição e pelo gosto da troca de argumentos.
Numa sessão denominada "Falar de Ilustração" - que decorreu na Biblioteca da escola, às 8h. 30min. do dia 20 de Abril, com a presença dos alunos das turmas 9ºA, 11ºC e 12ºF -, a professora Maria João Cortegaça proporcionou à assistência uma viagem pela história da ilustração, numa abordagem que principiou pelas representações do Antigo Egipto, percorrendo, seguidamente, o papel e o desenvolvimento de que a ilustração foi sendo objecto em diferentes continentes, em diferentes civilizações e em diferentes períodos da História [Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna], e concluindo com exemplos de ilustradores e ilustrações contemporâneos, nomeadamente portugueses. Foi uma sessão de uma grande riqueza plástica e cultural, em que se falou dos materiais e das utilizações da ilustração [como "iluminação" do texto, ou ilustração que, pelo contrário, o texto vem servir; a de cunho religioso, a científica, o testemunho da vida quotidiana, ou como arte], numa interessantíssima rede de temas e perspectivas em que as turmas, também elas de áreas diversas, se embrenharam atentamente.
PALAVRAS COM MÚSICA No Dia das Línguas
O dia 7 de Março foi assinalado por um conjunto de iniciativas promovidas pelo Departamento de Línguas, das quais um dos pontos altos foi, sem dúvida, o excelente concerto que os alunos do 10º B e 10º F nos ofereceram a meio da manhã.
A colaboração do aLer+ deu-se no recital “Palavras com Música”, para cuja realização no belíssimo espaço do Palácio dos Aciprestes contámos de novo com o apoio da fundação Marquês de Pombal. A realização no final da tarde permitiu a presença de muitos familiares dos jovens músicos e declamadores, bem como a participação direta de alguns, que quiseram também dizer poemas do seu agrado.
Um grande sentido de responsabilidade sobressaiu em todos os participantes, uma grande vontade de fazer bem, que se aliaram à alegria de oferecer encontros, entre a música das palavras e a música do piano, do violino, do oboé, da flauta, da guitarra.
Alegria partilhada pelo público e pelas professoras Adelaide Pereira, Adélia Simas, Conceição Pereira e Teresa Silva, legitimamente orgulhosas do trabalho realizado.
RODAS DE LIVROS ver +
E de novo as várias sessões, realizadas desde o final de fevereiro até à última semana do 2º período, confirmaram que lugar e formato são os mais indicados para as apresentações das leituras feitas em Português no âmbito do Contrato de Leitura, rubrica programática do Secundário.
Importante realçar, também, a disponibilidade das professoras Ângela Semedo e Catarina Espada que, tão recentemente chegadas à Escola, aderiram com todo o entusiasmo à dinamização desta atividade. A palavra foi dos alunos de quatro turmas do 10º ano, B e G, F e D e as leituras muito variadas, incluindo nomes maiores da literatura universal, como Ítalo Calvino (Se Numa Noite de Inverno um Viajante), Franz Kafka (Carta ao Pai), ou nacional, como Carlos de Oliveira (Uma Abelha na Chuva), Sophia (Contos Exemplares), Saramago (Conto da Ilha Desconhecida, Pequenas Memórias). Os géneros foram igualmente variados: entre os títulos apresentados, além da narrativa e da carta (Desconhecido Nesta Morada, A Carta que Darwin Escreveu a Deus, O Mundo de Sofia, A Rapariga das Laranjas, por exemplo, além da já mencionada Carta ao Pai), biografias, diários, roteiros de viagem.
Leitores convictos uns, quase estreantes outros, todos foram capazes de vencer a dificuldade de falar para um público, sobre uma experiência tão pessoal e única como é a experiência da leitura.
Os alunos do 8ºB também tiveram oportunidade de conhecer melhor o cavaleiro criado por Miguel de Cervantes.
Numa sessão muito dinâmica, no dia 23 de Fevereiro, pela qual foram responsáveis a Patrícia Herdeiro, a Carolina Pinto, a Adriana Cacela e o João Pires, do 11ºF, a figura de D. Quixote, do seu oposto e complementar companheiro, Sancho Pança, e também a da amada Dulcineia foram desfilando em muitíssimas representações, nos mais diversos suportes, dando bem conta da universalidade das personagens, e da sua permanência até aos nossos dias. Na pintura e desenho, os apresentadores optaram também, à semelhança do que tinha acontecido na sessão anterior, por imagens mais abstratas, proporcionando palpites e equívocos sempre interessantes e, alguns, muito divertidos.
Desde a filiação nos romances de cavalaria a uma música dos Coldplay, passando pela ópera e bailado, um filme de animação da Disney ou a poesia, muitos foram os lugares visitados nesta viagem.
Em jeito de remate, o poder do sonho e da imaginação foi exemplarmente sintetizado em palavras de Picasso: “Há pessoas que transformam o sol numa mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.”
A finalizar, um pedido aos colegas da assistência, de que cada um sintetizasse em poucas palavras o que de mais relevante tinha visto, ouvido, pensado, ou, em alternativa, o que para cada um a figura de D. Quixote representava.
No dia 14 de Fevereiro, dia dos namorados, uma história de amor – a professora de muitos anos e amiga de sempre da nossa escola, Isabel Rainha, visitou-nos com o seu último livro, O Mistério do Albatroz.
A apresentação, da autora e da obra, foi feita pela professora Conceição Ribeiro que aguçou o apetite para a leitura desta história sobre uma grande paixão. Um livro chama outros livros – referiu – e este leva-nos, inevitavelmente a A Selva, de Ferreira de Castro, pelos ambientes, pelos cheiros, pelas cores…
Os alunos do 10º C, 10º E e 11º C ouviram, de seguida, alguns excertos de O Mistério do Albatroz, lidos pela professora Paula Fonseca.
Isabel Rainha fala, então, da sua paixão pela escrita, pelo rigor, que a levou a uma intensa investigação sobre os temas abordados – a fauna e flora amazónicas, a batalha de Alcácer Quibir e o Sebastianismo, a colonização e evangelização do Novo Mundo. Termina com uma lição de Biologia: a análise do DNA mitocondrial revela que todos os Homens têm origem em África, que não existem diferenças entre os seres humanos que sustentem a existência de raças. O racismo, a discriminação e a intolerância, o desrespeito por outras culturas, são sempre fruto de uma grande ignorância.
A paixão pelo ensino, sempre…
No dia 6 de Fevereiro, os clássicos voltaram à Biblioteca.
Desta vez foi ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, os oradores foram os alunos do 7º ano B e E, orientados pela professora Conceição Pereira, e o público-alvo alunos do 11º ano. Apesar de se terem estreado «nestas andanças», o nervosismo dos mais novos não impediu que a apresentação do livro de Lewis Carroll fosse clara e contextualizada. Iniciaram a sessão mostrando as diferentes edições que leram, não se esquecendo de referir a autoria das traduções e das ilustrações, quando havia. Após terem falado sobre o autor e explicado como surgiu a ideia do livro, foram apresentando aos pares uma breve síntese dos capítulos, explicando e lendo excertos ilustrativos, e não deixando de salientar um dos processos mais usados para a criação do absurdo – a linguagem na origem da realidade, as palavras usadas literalmente e criando situações em conformidade.
Os alunos do 11º ano ouviram com atenção e alguma curiosidade os colegas e tentaram participar nas questões que foram colocadas no final.
Não houve propriamente magia… mas, tal como no livro, o «tamanho» não impediu que se viajasse no mundo da fantasia e os mais pequenos mostraram que também sabem ensinar.
A ALICE, no entanto, não fica por aqui, vamos aguardar a sua dramatização no projecto Human(idades).
A Biblioteca associou-se mais uma vez ao Projeto “Holocausto: seis sentidos da memória”, (ver), com a sessão “Maus: Uma Experiência de Auschwitz em Banda Desenhada”, orientada por José António Pacheco.
O professor de Filosofia, membro da equipa da Biblioteca, começou por colocar uma série de questões à vasta assistência - 4 turmas do Secundário -, tentando chegar ao que pudesse ser o estereotipo do judeu. Concluiu-se que entre os mais jovens alguns dos velhos preconceitos estão completamente ausentes, subsistindo no entanto um vago retrato. Depois de o fazer contrastar com imagens de nomes famosos do cinema e da música, nos quais dificilmente se encontrariam traços identificadores da sua ascendência judaica, o professor mostrou como a propaganda nazi explorou os preconceitos mais enraizados contra aquele povo, e, finalmente, como Art Spiegelman os levou ao extremo, no extraordinário romance gráfico em que conta a história do pai, sobrevivente de Auschwitz, e que lhe valeu um Prémio Pullitzer.
Mais um grande clássico da literatura universal passou pela Biblioteca.
Numa viagem que começou pela observação e pedido de comentário das variadíssimas representações plásticas da figura de D. Quixote, continuada depois numa adaptação ao cinema, prosseguindo na contextualização histórica e desembocando na leitura de páginas do livro de Miguel de Cervantes. Teve então lugar a discussão, a reflexão sobre temas diversos, que obrigatoriamente passaram pelo(s) significado(s) da dupla Quixote / Pança, bem como pelas razões que podem tornar imortais alguns heróis.
Foi no dia 12 de Janeiro. Os professores responsáveis pela sessão foram Adélia Simas, Ana Cristina Marques e José António Pacheco, com a colaboração de Suzete Monteiro e a turma participante foi o 8º D.
David Marçal, antigo aluno da nossa escola, doutorado em Bioquímica, está a concluir um pós-doutoramento dedicado à Divulgação de Ciência. O pretexto próximo para nos visitar foi a publicação de DARWIN AOS TIROS E OUTRAS HISTÓRIAS (Gradiva), em co-autoria com o físico Carlos Fiolhais.
Apresentado por Isabel Rainha, sua grande amiga e muitos anos professora de Biologia na escola, o nosso convidado provou amplamente que ciência pode rimar com humor, que há domínios do conhecimento científico ao alcance dos simples mortais, que os cientistas podem ser jovens, bonitos, simpáticos e ter um enorme poder de comunicação.
Antes de falar sobre algumas das “piadas” (como lhes chamou) incluídas no livro, David Marçal contou a história da sua carreira científica, desde a época em que, aluno da Escola Secundária de Linda-a-Velha, descobriu na velha Biblioteca, da qual foi animador, o COSMOS de Carl Sagan.
O encontro foi preparado pela leitura de excertos do seu livro, selecionados pela professora Luísa Fragoso, nas aulas de Biologia das três turmas de 11º ano participantes no encontro.
Foi no dia 23 de Janeiro, na Biblioteca.
Descobrir as estrelas, os poetas nas estrelas, os poemas nos livros, o encanto das coisas simples, a reinvenção das coisas. Foi o que fizeram os alunos do 9º A, acompanhados pelas professoras Paula Varela e Patrícia Pinho.
Nas estrelas da árvore de natal da Biblioteca - mais uma vez decorada pela professora Maria João Cortegaça e os alunos do 12º G - estavam colocados nomes de poetas, para depois encontrar nos livros empilhados sobre a mesa. Cada grupo escolheu o seu poema e, eleito o porta-voz, teve então lugar a leitura expressiva, muito aplaudida pelas ouvintes.
Assim, em festa, encerrámos o 1º período.
As leituras em voz alta de obras integrais continuam a ter lugar na Biblioteca, repetindo experiências realizadas com êxito em anos anteriores.
Depois de O Principezinho, de Saint-Exupéry e de O Olho do Lobo, de Daniel Pennac, escolhemos este ano para as turmas do 8º ano o romance juvenil Olá, está aí alguém?, de Jostein Gaarder.
Notícia mais completa e opiniões do 8º C podem ler-se no blogue “A Páginas Tantas”.
CONCURSO LITERÁRIO
O júri do Concurso Literário, promovido em conjunto com a E.B. 2, 3 João Gonçalves Zarco, no âmbito da comemoração do centenário do nascimento de Manuel da Fonseca e Alves Redol, atribuiu os seguintes prémios:
1º escalão
1º Prémio Poesia ex-aequo: Alina Tarus, nº1, 9º B, E.B. 2,3 João Gonçalves Zarco e Matilde Bento Barroso, nº 17, 7º D, E. S. Prof. José Augusto Lucas
2º escalão
1º Prémio Narrativa: João Henrique Rio, nº 11, 11º A, E. S. Prof. José Augusto Lucas
CONCURSO NACIONAL DE LEITURAForam apurados os alunos concorrentes ao Concurso Nacional de Leitura - 1ªfase:
Vera Sanches Albuquerque, 7º B
João Paulo Alvarez Correia, 7º E
Hugo Miguel da Mota Botelho, 7º E
Tomás Reis, 11º D
Pedro David Rodrigues, 11º D
André Bernardo Alves, 12º C
Ana Paula Miranda, autora do livro Luís Fróis, um Português no Japão do Século XVI, realizou duas interessantíssimas sessões para os alunos do 8º B e do 8º D.
Num encontro proporcionado pelas professoras Adélia Simas e Teresa Gomes, e a propósito do estudo dos Descobrimentos, a autora soube captar o interesse de todos os participantes, numa viagem ao tempo e ao espaço dos primeiros encontros entre Portugal e o Japão. Falou da estranheza, do contraste entre os delicados orientais e os rudes (e sujos) navegadores recém-chegados, de como o nosso olhar sobre o Outro é determinado pela realidade que conhecemos: nós, os namban, tínhamos olhos redondos e enormes narizes, como mostram os famosos biombos com o mesmo nome.
Ana Paula Miranda apresentou-nos então Luís Fróis, o protagonista do seu livro, um frade jesuíta que viajou pelas terras do sol nascente e nos deixou testemunhos preciosos dessas vivências.
No final de cada uma das sessões, perguntas variadas ilustraram expressivamente a atenção e a curiosidade despertas no público, que também escutou encantado a Teresa Cardoso, aluna do 9º ano que estuda japonês e partilhou alguns dos seus conhecimentos sobre essa língua e comportamentos característicos dos seus falantes.
Não faltaram, também, objetos diversos, ilustrativos do gosto e cultura desse país do longínquo Oriente.
MÁRIO DE CARVALHO
Mário de Carvalho, autor, entre vários livros de uma acutilante ironia, do romance Quando o Diabo Reza, recentemente lançado, esteve na nossa escola para conversar com alunos do 10º e do 12º anos. Tema de capa da “Crítica” do ano passado, desde o seu encontro com a equipa da revista coordenada por Francisco Morais que havia promessas de uma sua vinda, para uma sessão na Biblioteca, promovida em parceria pela “Crítica” e pelo aLer+, entretanto adiada por motivos vários. De maneira que foi com expectativa acrescida que o recebemos, no último dia de Outubro.
Quando Mário de Carvalho principiou a falar, avisando que não era «professor» nem sabia «projectar a voz para além de uma certa altura», temeu-se que não o conseguíssemos ouvir. Mas, pelo contrário, no silêncio que se fez no auditório, foi a voz do escritor, o seu ritmo pausado, próprio de uma simples conversa entre amigos, e o interesse dos temas que ia tocando e ligando entre si, em torno da língua e da escrita, e da sabedoria que secretamente o português oculta no seu interior, o que prendeu os presentes a cada uma das palavras. A sessão encerrou com as perguntas dos alunos, que falaram também dos livros que amavam ou das suas experiências de leitura.
MINI ERASMUS
Dando continuidade ao simpático intercâmbio que vem desenvolvendo há vários anos, a professora Adelaide Pereira trouxe à Biblioteca uma turma de 7º ano do colégio”As Descobertas”, para uma atividade aLer+.
A leitura de um conto de José Eduardo Agualusa foi antecedida pela pesquisa de informações sobre o conhecido escritor angolano, bem como sobre o ilustrador de Estranhões &Bizarrocos, Henrique Cayatte, e intercalada por convites diversos de escrita, a que os visitantes corresponderam com entusiasmo e imparável criatividade.
Foi notável a estreia do Secundário na Biblioteca, este ano: quatro turmas enormes, uma multidão, com os respectivos professores Madalena Fernandes, José António Pacheco e Teresa Santos, foram capazes de manter uma discussão vivíssima e acompanhada por todos, sem atropelos nem conversas paralelas. Tratou-se do debate em torno de O Estrangeiro, de Camus, lido no âmbito da disciplina de Filosofia.
Obra difícil, estranha (estrangeira) ao universo habitual das leituras de pessoas tão novas, provocou rejeição, interrogação, perplexidade. Uns começaram por dizer que não acontecia nada, era uma seca, outros declararam que o protagonista não fazia sentido. Pois não! Mas durante hora e meia discutiram acaloradamente aquele romance, as emoções ou ausência delas, as decisões ou ausência delas, a justiça e a injustiça, a normalidade. Com observações inteligentes, humor fino, interesse e respeito pela opinião do outro.
Bela sessão!
Realizou-se ainda uma 2ª Sessão de O ESTRANGEIRO
Os alunos do nono ano tiveram postas à prova a atenção, a capacidade de compreender um texto ouvido, e um pouco a memória, também. Concentradíssimos, como não tardou a confirmar-se, escutaram um conto de Eça de Queirós, respondendo de seguida a um questionário, sobre as suas diferentes etapas e personagens. Feita a correcção, registou-se um número surpreendente de alunos que falharam apenas uma ou duas respostas, bem como dos que acertaram a totalidade.
Recorrendo às questões de interpretação, para o desempate, apurámos o vencedor:
Francisco Herdeiro, do 9º E
No dia 6 de Outubro, as equipas da Biblioteca e do projecto aLer+ tiveram o enorme gosto de colaborar no lançamento de Mira-Lata, o novo livro de Gil Duarte, ilustrado por Ana Cristina Marques.
O livro revela bem o envolvimento e sensibilidade postos na sua publicação, quer no grafismo cuidado e elegante e beleza das imagens, quer na qualidade dos textos, os contos “O meu melhor natal foi aquele que tu estragaste” e “Mira-Lata, mon amour”. Não inteiramente desligados entre si, e tendo em comum serem histórias de crueldade e resgate, os dois contos apresentam formas diversas de contar, adequadas às distintas vozes que os narram. O primeiro, em tom coloquial, oralizante, salta agilmente do passado de Mira-Lata para a roupa estendida, que é preciso apanhar, daí para as habilidades da cadelinha, ou espreita pela janela e observa a vizinhança. No segundo, com um cão e duas crianças como protagonistas, o narrador acompanha com atenção discreta uma história comovente e com um final feliz.
O prefácio é de Ana Galvão e o produto da venda do livro reverte inteiramente para o Núcleo de Apoio a Animais Abandonados de Sintra.
Impensável começar o ano sem receber na Biblioteca os alunos recém-chegados.
Em sessões que se distribuíram por várias semanas, as turmas do 7º ano, acompanhadas pelos professores Conceição Pereira, Jorge Marrão e Sara Leite, tiveram oportunidade de conhecer os cantos da casa dos livros, professores que lá trabalham, e o senhor Pedro e a D. Rosa; oportunidade, também, de saber o que se pode e o que não se pode fazer, como se organiza o espaço, como se consultar o catálogo. A parte mais animada foi a de vasculhar estantes e livros, num jogo em que participaram com a alegria das descobertas.
A lista dos vencedores está afixada na Biblioteca!
Os livros nascem da terra. Erguem-se do chão e soltam ao vento a seiva fértil das palavras. Folhas frágeis e incertas, repousam na paisagem das horas, à espera. Quem os vai recolher, assim livres, assim abandonados? Os livros são paisagens a crescer dentro dos dias. Caminham ao nosso lado e oferecem-se por companhia. Às vezes não os vemos, são cofres por abrir, tão mudos. Outras vezes são a nossa casa, o lugar que nos vê nascer, montanha tão branca, na branca luz do caminho. Com os livros crescemos, nos livros nos descobrimos – seres tacteantes e estrangeiros à procura do voo mais alto, olhos postos no rosto das estrelas.
Com os livros vamos construindo uma escola aLeR+.